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«TU ÉS A ESPERANÇA»
Tu és a esperança, a madrugada,
Nasceste nas tardes de setembro
quando a luz é perfeita e mais doirada,
e há uma fonte crescendo no silêncio
da boca mais sombria e mais fechada
Para ti criei palavras sem sentido,
inventei brumas, lagos densos,
e deixei no ar braços suspensos
ao encontro da luz que anda contigo.
Tu és a esperança onde deponho
meus versos que não podem ser nada.
Esperança minha onde meus olhos bevem,
fundo. como quem bebe a madrugada.
(Antologia Breve)
EUGÉNIO DE ANDRADE
«TU ÉS A ESPERANÇA»
Tu és a esperança, a madrugada,
Nasceste nas tardes de setembro
quando a luz é perfeita e mais doirada,
e há uma fonte crescendo no silêncio
da boca mais sombria e mais fechada
Para ti criei palavras sem sentido,
inventei brumas, lagos densos,
e deixei no ar braços suspensos
ao encontro da luz que anda contigo.
Tu és a esperança onde deponho
meus versos que não podem ser nada.
Esperança minha onde meus olhos bevem,
fundo. como quem bebe a madrugada.
(Antologia Breve)
EUGÉNIO DE ANDRADE