sábado, 30 de novembro de 2013

283 - Revolução e Exilio - Sophia de Mello Breyner Andresen


283

Exílio

Quando a pátria que temos não a temos
Perdida por silêncio e por renúncia
Até a voz do mar se torna exílio
E a luz que nos rodeia é como grades


            Sophia de Mello Breyner Andresen

RevoluçãoComo casa limpa 
Como chão varrido 
Como porta aberta 

Como puro início 
Como tempo novo 
Sem mancha nem vício 

Como a voz do mar 
Interior de um povo 

Como página em branco 
Onde o poema emerge 

Como arquitectura 
Do homem que ergue 
Sua habitação Sophia de Mello Breyner Andresen, in "O Nome das Coisas"







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