sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

373 - FERNANDO PESSOA

373
Cada coisa a seu tempo tem seu tempo.
Não florescem no inverno os arvoredos,
Nem pela primavera.
Têm branco frio os Campos.



À noite, que entra, não pertence, Lídia

O mesmo ardor que o dia nos pedia.
Com mais sossego amemos
A nossa incerta vida.


À lareira, cansados não da obra

Mas porque a hora é a hora dos cançassos,
Não puxemos a voz
Acima de um segredo.


Fernando Pessoa

(A POESIA DOS HETERÓNIMOS E DOS
SEMI-HETERÓNIMOS- (EXCERTOS)

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