sábado, 31 de janeiro de 2015

644 -- ALDEIA DO SOAJO - PENEDA GERÊS - ARCOS DE VALDEVEZ

644

Aldeia do Soajo

A aldeia (e vila) do Soajo localiza-se na parte sudeste do concelho de Arcos de Valdevez, já inserida em pleno Parque Nacional da Peneda Gerês.
Esta vila tem já uma longa presença humana, que se consolidou com a elevação a sede de concelho entre 1514 até a reforma administrativa do séc. XIX.
DSC02405
Entrada da aldeia
DSC02427
Ruas no Soajo
Aos caminharmos pelas ruas desta desta povoação podemos reparar na construção das casas típicas construídas em lajes graníticas bem trabalhadas.
No centro, temos o Largo do Eiró onde se localiza o edifício quinhentista dos antigos Paços do concelho e mesmo ao lado o Pelourinho. Este Pelourinho está classificado como Monumento Nacional e a sua forma curiosa poderá ser uma representação escultórica do antigo privilégio cedido ao concelho, de nenhum fidalgo permanecer na vila mais tempo do que o necessário para se esfriar um pão quente, posto ao ar na ponta de uma lança. A lança seria, assim, o fuste e o pão o remate triangular :)
DSC02410
Pelourinho no Largo de Eiró
DSC02415
Estátua do “Cão do Soajo”
DSC02424
Interior da aldeia
DSC02411
Igreja Matriz
Mas é pelo grande conjunto de espigueiros que esta vila é tão conhecida! O conjunto está classificado como Imóvel de Interesse Publico está situado um pouco mais abaixo do núcleo da povoação. São 24 espigueiros inteiramente de pedra implantados sobre um enorme penedo de afloramentos graníticos. Foram construídos durante o séc. XVIII (o mais antigo de 1720!) e o séc. XIX.
DSC02391

domingo, 25 de janeiro de 2015

643 - »AS DISSONÂNCIAS» - JOÃO RUI DE SOUSA

643

AS DISSONÂNCIAS

A minha vida é esta esperança acessória,
esta dor que embala e não promete,
é este estar contente como quem parece
descrer doutra ventura e não se cala.

È este não saber eternamente
assentar em cheio minhas seteiras
e estar eternamente calmo (ou estar escondido),
calando sempre as minhas três maneiras.

A minha vida é este erguer de bruma
e  --  sempre que é preciso  -- recordar alguém,
já morto, à noite, à cabeceira,

até caír de novo, ao sono e ao sol-posto,
no tempo vão, inerme e obstruído
de sonhar de novo e de qualquer maneira.

JOÃO RUI DE SOUSA

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

642 - «DIOTINA» - ALBERTO DE LACERDA

642

    DIOTINA

És linda como haver  Morte
depois da morte dos dias.
Solene timbre do fundo
de outra idade se liberta
nos teus lábios, nos teus gestos.

Quem te criou destruíu
qualquer coisa para sempre,
ó aguda até à luz
sombra do céu sobre a terra
libertadora mulher,
amor pressago e terrível,

primavera, primavera!

ALBERTO DE LACERDA 

641-- TÚLIPAS DA HOLANDA

641

As tulipas da Holanda vieram pra deixar seu fim de tarde mais charmoso!

640 «POÇO DE SÃO TIAGO» - SEVER DO VOUGA PORTUGAL

640

POÇO DE S. TIAGO SEVER DO VOUGA PORTUGAL

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

639 - HOMENAGEM A PIERO DELLA FRANCESCA

639

HOMENAGEM A PIERO DELLA FRANCESCA
                       
                         I

Sinto de repente tudo nu.
É como se o silêncio se partisse
em estátua poderosas e sem sombra
ecoando a longa história, interrompida
por nós e pelo mundo.

                         II

Intacta -  só a voz. O corpo é outro.
O corpo muda sempre, como os dias.
Só o sol é fixo, embora tudo
sustente tudo.

                       III

Um silêncio,
uma incidência súbita da luz,
um movimento misteriosamente
nascido do corpo adormecido,
acordam de repente a voz do tempo --
o abismo de música e de morte
que me faz sentir total a voz dos deuses,
e a sua febre, que é este mundo.

                    IV

Não prendes sem dor mortal
o voo largo do mundo.

Teu silêncio repercute.

Tuas mãos tocaram tudo.
 
                           V

A neve é perfeita  -- como a morte
fala pelos lábios daqueles que escolheu,

até os anjos dizerem as manhãs

                  VI

Quem me destruiu dando-me ao tempo
que venha buscar-me e me devolva
aonde se cumpria
inteiro, o meu destino

                    VII                  

A beleza mergulha as raizes noutra noite
que se desprende intacta doutro dia


ALBERTO DE LACERDA


                         





domingo, 11 de janeiro de 2015

637 - «ESTE HOMEM ... - W. B. YAETS

637

ESTE HOMEM SABIA ELABORAR UM PLANO, E CAIU...

Este homem sabia elaborar um plano, e caíu. Estoutro
Mostrou coragem, e caíu. Quanto a nós, congratulamo-nos 
Com o plano e com a coragem, e choramos.

Alegrámo-nos por que eles se batiam
E choramos por que eles caíram e não
Por que eles se bateram.
Ah, nem todo o homem que regressa a sua casa é um vencedor
Mas não há vencedor qur não regresse a casa.

W.  B.  YEATS

sábado, 10 de janeiro de 2015

636 CÃES E GATOS

636

635 - «O CAMPONÊS PREOCUPA-SE COM O SEU CAMPO» - BERTOLT BRECHT

635

O CAMPONÊS PREOCUPA-SE COM O SEU CAMPO

                                        I

O  camponês  preocupa-se com o seu campo
Cuida do gado paga os impostos
Faz filhos para não ter criados e
Depende do preço do leite.
Os homens da cidade falam de amor à terra
Da sadia raça camponesa e
Vêem no camponês a base da nação.

                                     II

Os homens da cidade falam de amor à terra
Da sadia raça camponesa e
Vêem no camponês a base da nação.
O camponês preocupa-se com o seu campo
Cuida do gado paga os impostos
Faz filhos para não ter criados e
Depende do preço do leite.

BERTOLT BRECHT

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

634 - LISBOA À NOITE

634

Vista nocturna da Baixa Lisboeta – Lisboa (Portugal).

Localizada na margem direita do rio Tejo, junto à foz, com altitude máxima na Serra de Monsanto (226 metros de altitude), Lisboa é a capital mais ocidental da Europa. Fica situada a oeste de Portugal, na costa do Oceano Atlântico.
Os limites da cidade, ao contrário do que ocorre em grandes cidades, encontram-se bem delimitados dentro dos limites do perímetro histórico. Isto levou à criação de várias cidades ao redor de Lisboa, como Loures, Odivelas, Amadora e Oeiras, que são de facto parte do perímetro metropolitano de Lisboa.
O centro histórico da cidade é composto por sete colinas, sendo algumas das ruas demasiado estreitas para permitir a passagem de veículos. A cidade serve-se de três funiculares e um elevador (Elevador de Santa Justa). A parte ocidental da cidade é ocupada pelo Parque Florestal de Monsanto, um dos maiores parques urbanos da Europa, com uma área de quase 10 km².
Lisboa tem ganho terreno ao rio com sucessivos aterros, sobretudo a partir do século XIX. Esses aterros permitiram a criação de avenidas, a implantação de linhas de caminho-de-ferro e a construção de instalações portuárias e mesmo de novas urbanizações como o Parque das Nações e equipamentos como o Centro Cultural de Belém.
[Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre].

+Fotocomposição de autor não identificado+

633 - «SEGREDOS» - ALBERTO DE LACERDA

633

SEGREDOS

O que a vida  recusa, sentada, de perfil,
Tem margens dum rumor que me destrói
Mas não completamente.

Grandes segredos despertos
Anulam a minha presença.

Só nesse instante puro é que eu existo.
Só nesse instante puro é que coincide
Comigo, a estátua de perfil.

ALBERTO DE LACERDA