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SONETO DE GELO
Ingénuo sonhador -- as crenças d´oiro
Não a verás derruir... Deixa o destino
Levar-te no teu berço de bambino,
Porque podes perder esse tesoiro
Tens na crença um farol. Nem o procuras,
Mas bem o vês luzir sobre o infinito!...
E o homem que pensou -- foi precito,
Buscando a luz em vão -- sempre às escuras.
Eu mesmo quero a fé, e não a tenho...
-- Um resto de batel -- quisera um lenho,
Para não afundir, na treva imensa.
O Deus, o mesmo Deus que te fez crente...
Nem saibas que esse Deus omnipotente
Foi quem arrebatou a minha crença.
CAMILO PESSANHA
SONETO DE GELO
Ingénuo sonhador -- as crenças d´oiro
Não a verás derruir... Deixa o destino
Levar-te no teu berço de bambino,
Porque podes perder esse tesoiro
Tens na crença um farol. Nem o procuras,
Mas bem o vês luzir sobre o infinito!...
E o homem que pensou -- foi precito,
Buscando a luz em vão -- sempre às escuras.
Eu mesmo quero a fé, e não a tenho...
-- Um resto de batel -- quisera um lenho,
Para não afundir, na treva imensa.
O Deus, o mesmo Deus que te fez crente...
Nem saibas que esse Deus omnipotente
Foi quem arrebatou a minha crença.
CAMILO PESSANHA
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