541
EDGAR ALLAN POE
O inverno em Boston foi breve. Ele bebia.
Sílabas abriam-se uma a uma pelos cantos do
quarto. Gotas de álcool. Quem se lembra da
chuva caída no seu nome?
Folheou toda a noite os livros ancestrais e
encontrou qualquer coisa, ninguém sabe o quê,
talvez o retrato de Annabel Lee. Esboçou-o na vi-
draça carregada de sombra e o quarto amanheceu.
«Mas isso pouco vale (diz a magia negra), o
filtro apenas decompôs mais cedo o horror em
luz, não alterou a solidão dos dias, que a noite
separa uns dos outros para sempre.
CARLOS DE OLIVEIRA
EDGAR ALLAN POE
O inverno em Boston foi breve. Ele bebia.
Sílabas abriam-se uma a uma pelos cantos do
quarto. Gotas de álcool. Quem se lembra da
chuva caída no seu nome?
Folheou toda a noite os livros ancestrais e
encontrou qualquer coisa, ninguém sabe o quê,
talvez o retrato de Annabel Lee. Esboçou-o na vi-
draça carregada de sombra e o quarto amanheceu.
«Mas isso pouco vale (diz a magia negra), o
filtro apenas decompôs mais cedo o horror em
luz, não alterou a solidão dos dias, que a noite
separa uns dos outros para sempre.
CARLOS DE OLIVEIRA
Sem comentários:
Enviar um comentário