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INVENÇÃO DE EROS
Fui procurar-te para ser contigo
quanto colhi das horas que invadias.
Colhi da própria dor um nome antigo
que fosse o nome exacto em que virias.
Da límpida substância dos teus risos
fui-me inventando dentro os meus braços
e os sóis mais densos puros e preciosos
vieram dar-me a sombra dos teus passos.
E já não eram meus senão de erguê-los,
a tua face e os lábios e os cabelos
e o teu olhar para ninguém voltado.
Mas quem, o pleno amor de que nascias
se o deus que a ti igual encontrarias
ficou, pelo teu olhar, desabitado?
(O Silêncio e o Tempo)
VITOR MATOS E SÁ
INVENÇÃO DE EROS
Fui procurar-te para ser contigo
quanto colhi das horas que invadias.
Colhi da própria dor um nome antigo
que fosse o nome exacto em que virias.
Da límpida substância dos teus risos
fui-me inventando dentro os meus braços
e os sóis mais densos puros e preciosos
vieram dar-me a sombra dos teus passos.
E já não eram meus senão de erguê-los,
a tua face e os lábios e os cabelos
e o teu olhar para ninguém voltado.
Mas quem, o pleno amor de que nascias
se o deus que a ti igual encontrarias
ficou, pelo teu olhar, desabitado?
(O Silêncio e o Tempo)
VITOR MATOS E SÁ
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