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A GRUTA
Consultei as estrelas e as vísceras das aves
Decifrei nos meus tectos o alfabeto do tempo
Sei que não há remédio para este desastre
Sei que morro de sede Sei que nunca me prendo
Vi morrer o iate no meio da regata
Dei abrigo aos abutres que fugiam do vento
E é da cor dos teus olhos a areia molhada
à entrada da gruta ressequida por dentro
Tudo isto se passa no país dos Feácios
Ou à luz dos teus ombros numa tarde cinzenta
Sei que morro de sede mesmo que não te afastes
Sei que não há remédio Mas que valeu a pena
DAVID MOURÃO-FERREIRA
A GRUTA
Consultei as estrelas e as vísceras das aves
Decifrei nos meus tectos o alfabeto do tempo
Sei que não há remédio para este desastre
Sei que morro de sede Sei que nunca me prendo
Vi morrer o iate no meio da regata
Dei abrigo aos abutres que fugiam do vento
E é da cor dos teus olhos a areia molhada
à entrada da gruta ressequida por dentro
Tudo isto se passa no país dos Feácios
Ou à luz dos teus ombros numa tarde cinzenta
Sei que morro de sede mesmo que não te afastes
Sei que não há remédio Mas que valeu a pena
DAVID MOURÃO-FERREIRA
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