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COMO É NATURAL
Vão longe os dias de intermezzo
quando a brisa indolente passeava
doce esperança à flor dos lábios mudos
Se uma folha caía se um rumor
brando acordava o silêncio mal represo
quante alarme no ar de flores coberto
Vão longe os tempos de alvoroço
de fronteira a fronteira imaginária
rara aventura \ agora impessoal
uma alegria alheia que hoje amarga
Dou corda a este velho relógio de parede
pesa-me o braço que levanto
do peso de outros tempos que desperto
E um fantasma lá dos fundos do quadrante
sorri-me com tristeza e diz É tarde
talvez já seja muito tarde
(«O Silêncio voluntário», Poesia Incompleta)
Mário Dionísio
COMO É NATURAL
Vão longe os dias de intermezzo
quando a brisa indolente passeava
doce esperança à flor dos lábios mudos
Se uma folha caía se um rumor
brando acordava o silêncio mal represo
quante alarme no ar de flores coberto
Vão longe os tempos de alvoroço
de fronteira a fronteira imaginária
rara aventura \ agora impessoal
uma alegria alheia que hoje amarga
Dou corda a este velho relógio de parede
pesa-me o braço que levanto
do peso de outros tempos que desperto
E um fantasma lá dos fundos do quadrante
sorri-me com tristeza e diz É tarde
talvez já seja muito tarde
(«O Silêncio voluntário», Poesia Incompleta)
Mário Dionísio
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