domingo, 13 de abril de 2014

409 - CLANDESTINIDADE - FERNANDO NAMORA

409

                             CLANDESTINIDADE

Secreto me acho

e secreto me sentes
quando
secreto me julgas
impuro me reconheço
quando
o nosso silêncio
são vozes turvas.
Dúbio é o desejo
quando
não é transparente
a água em que se deita
precavidamente.
Clandestinos somos
quando
o que somos
teme a face que pesquisa.
Os olhos são claros
quando
a superfície do espelho
é lisa.

Fernando Namora

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