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«DE CEREJAS BRANCAS...»
-- De cerejas brancas, de estrelas vermelhas, de lábios
azuis.
Era a tua voz. Doce, docemente, inocentemente.
Dizia palavras, dizia palavras... Alucinações.
Monstros e promessas. Magia, segredo. Artes do Diabo
Reflexos tristes da luz que nos foge, da luz que anda
à solta e nos deixa presos.
Ouço a tua.voz chamando, chamando...
Ah! nenhum de nós somos os culpados!
Docemente extinta. Inocentemente.
Um círculo da lua rodeia teus braços,
um raio do Sol te dirige os passos..
É a tua voz! de menino e moço!
Hh!, quanta ternura tem a tua voz,
quanto beijo que jamais fora dado,Deus
quanta linda festa logo interrompida
quanto abraço que desejaste dar...
Ouço a tua voz. É som ou desmaio?
É quebranto? É música? Sai do coração?
Ouço a tua voz, que respeita e ama,
como irmão mais novo a irmão mais velho.
Diz-me que é inútil. Que essa tua voz
não é verdadeira, porque sofrerás...
Embora me tragas, sem eu saber como,
alguma alegria, um pouco de paz!
Queira Deus que tu, irmão meu, encontres
alguém que ao ouví-la, quando estiveres só
te ame e compreenda, te ouça e adormeça,
te afirme que tens um lugar no mundo...
Raul de Carvalho
«DE CEREJAS BRANCAS...»
-- De cerejas brancas, de estrelas vermelhas, de lábios
azuis.
Era a tua voz. Doce, docemente, inocentemente.
Dizia palavras, dizia palavras... Alucinações.
Monstros e promessas. Magia, segredo. Artes do Diabo
Reflexos tristes da luz que nos foge, da luz que anda
à solta e nos deixa presos.
Ouço a tua.voz chamando, chamando...
Ah! nenhum de nós somos os culpados!
Docemente extinta. Inocentemente.
Um círculo da lua rodeia teus braços,
um raio do Sol te dirige os passos..
É a tua voz! de menino e moço!
Hh!, quanta ternura tem a tua voz,
quanto beijo que jamais fora dado,Deus
quanta linda festa logo interrompida
quanto abraço que desejaste dar...
Ouço a tua voz. É som ou desmaio?
É quebranto? É música? Sai do coração?
Ouço a tua voz, que respeita e ama,
como irmão mais novo a irmão mais velho.
Diz-me que é inútil. Que essa tua voz
não é verdadeira, porque sofrerás...
Embora me tragas, sem eu saber como,
alguma alegria, um pouco de paz!
Queira Deus que tu, irmão meu, encontres
alguém que ao ouví-la, quando estiveres só
te ame e compreenda, te ouça e adormeça,
te afirme que tens um lugar no mundo...
Raul de Carvalho
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