430
ANUNCIAÇÃO DA ALEGRIA
Devia ser verão, devia ser jovem:
ao encontro do dia caminhava
como quem entra na água.
Um corpo nu brilhava nas areias
-- corpo ou pedra, pedra ou flor?
Verde era a luz, e a espuma
do vento rolava pelas dunas.
De repente vi o mar subir a prumo,
desabar inteiro nos meus ombros.
E aprendia a falar na tua boca,
mordendo cada palavra de alegria.
Sem muros era a terra, e tudo ardia.
(Ostinato Rigore, in Poemas, 3ª. ed.)
Eugénio de Andrade
ANUNCIAÇÃO DA ALEGRIA
Devia ser verão, devia ser jovem:
ao encontro do dia caminhava
como quem entra na água.
Um corpo nu brilhava nas areias
-- corpo ou pedra, pedra ou flor?
Verde era a luz, e a espuma
do vento rolava pelas dunas.
De repente vi o mar subir a prumo,
desabar inteiro nos meus ombros.
E aprendia a falar na tua boca,
mordendo cada palavra de alegria.
Sem muros era a terra, e tudo ardia.
(Ostinato Rigore, in Poemas, 3ª. ed.)
Eugénio de Andrade
Sem comentários:
Enviar um comentário